Friday, December 15, 2006

Portugal

Pois entonces fomos ao festival do Américo em Santa Maria da Feira. O Américo é um português que gosta de filmes Brasileiros e consegue dinheiro a 10 anos pra fazer um festival na cidade dele, Santa Maria da Feira, que fica ao lado da cidade do Porto em Portugal e consegue, ainda por cima, dinheiro pra levar os brasileiros todos ao festival. Nós, fomos sem filme algum só passear, reencontrar os amigos e claro, ver filmes. Vários que eu já tinha visto, inclusive.

Gostei demais da conta do “Céu de Suely”. Nossa, que filme bom. Todos saíram da sessão tocados, ou pelo menos assim pareceu. Desses filmes que você sai e gostou do filme, depois pensa e gosta mais e no dia seguinte você ama o filme. Só amo filmes que passaram por esse processo. Difícil pensar num filme que eu tenha saído da sessão já apaixonada. Ou pelo menos as paixões mais arrebatadoras tiveram esse percurso.

Os curtas, na verdade já tinha visto vários. O filme do Felipe (O Jonas e a Baleia) me gustó más assim em 35mm (antes eu tinha visto em vídeo, pois ele acaba de fazer o transfer). O Joyce, um filme que tinha visto na mostra de curtas de São Paulo esse ano é outro filme que eu gosto muito. Só tem uma coisa que eu não gosto, que é o fato de haverem dois planos mostrando a cara do rapaz mais velho que rejeita a protagonista de 12 anos rindo da carta da menina. Acho redundante e feio, e não combina tão bem com o resto da narrativa do filme que é muito bacana. Um filme novo foi o “Beijo de Sal” que ainda não conhecia, gostei, principalmente do ator (não-ator).

Mas no fim das contas o que ficou comigo mesmo foi o “Céu” da menina mesmo. Só tem uma coisa que eu achei que o filme deixou a desejar. O personagem do namorado-motoboy da protagonista. Não sei, achei ele pobre, mal desenvolvido. Uma necessidade de roteiro, personagem elaborado sem o menor amor, e que destoa do resto, nesse sentido.

Foi um pouco estranho encontrar tantas pessoas conhecidas por lá. Não sei, deu uma ziquezira na minha cabeça. Como se eu tivesse voltado ao Rio e o cotidiano que agora me rodeia tivesse já se tornado algo concreto, específico e pontual na totalidade da minha vida. Sensação estranha, que ao submergir no meio/mundo Barcelona-Master se esvaiu. Não que não tenha sido bom
rever amigos, isso é fato dado.

O Porto é uma cidade linda e Portugal é um país lindo! As senhoras portuguesas são todas umas figuras cheias de vontade de conversar e histórias pra contar. Fomos a um par de cidadezinhas históricas por lá (o que não é histórico no país mais velho do mundo?) e era tudo muito encantador. Pena estar fazendo tanto frio.

Viajar é mesmo ótimo. Mas a dor na consciência de não estar adiantando trabalhos e leituras é grande.

Bom, no fim das contas aqui começa a fazer um friozinho mais respeitável (as vezes faz 9 graus) e já compramos uma estufa. Continuo querendo aprender a programar direito, pois os programadores sao os novos jedis, juntamente com os engenheiros de telecomunicações e o povo de ciências cognitivas, é claro. Juntando essas três coisas você faz o que quiser. Isso partindo partindo do pressuposto de que a arte está inerente na vontade de fazer qualquer coisa interessante. E que o artista hoje tem que ser mais do que só artista, tem que saber programar sua arte ou manipular o seja lá o que for. Só entender de narrativa/ estética/ ritmo é pouco.

Album Portugal



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